Sentido parte.2

Camila pára e procura uma maneira de fugir.
-CAMILA! -chama Leo do outro lado da estação 
-Leo.
Camila corre até ele e Leo igualmente.
Ofegante Camila corre com os olhos trémulos.
-LEO!
Quase a ser atingida por um pedaço do teto da estação Leo corre mais rápido e agarra-a.
-Estás bem? -pergunta Leo
-Tenho de ir ter com a Cloe. Por favor , Leo , ajuda-me!
-Claro. Anda. -responde enquanto se levanta
Eles correm pelo um longo corredor a fazer o máximo para sobreviver.
-Estamos quase lá , Camila , não te preocupes!
Camila não escuta , ela apenas consegue pensar em Cloe se ela estará bem se ela estará sequer viva no meio daquele caos.
Eles correm até que finalmente conseguem ver o centro da estação rodeado por várias entradas e saídas. Por uns momentos um raio de esperança os atingiu , mas quando Leo olhou para cima viu que Camila seria esmagada. Vendo isso , sem hesitar empurrou-a para fora do corredor. As últimas coisas que Camila viu antes de cair no centro da estação foi Leo , o seu melhor e único amigo a ser completamente esmagado no lugar dela. Camila corre para os destroços , batendo e berrando o nome do amigo em lágrimas. Pára de bater nos destroços e chora inconsolavelmente. Até que sente cheiro de algo a queimar. Pensado que Cloe poderia estar lá corre para a salvar. Chega á sala das máquinas e apenas vê o fogo a atingir o óleo das máquinas. Uma enorme camada de fogo surge á sua volta , ao tentar afastar o fogo de si acaba por queimar a sua mão direita e afastando-se com dor vai contra umas das máquinas , que cai sobre ela.
Cloe está no centro da máquina de recarregamento de energia , a sua cabeça está novamente com uma dor imensa e isso misturado com grito , tremores e coisas a cair acorda. Começa a arrancar rapidamente todos os fios que estavam agarrados a ela. Solta-se e corre para a porta , arrastando-a com esforço. Olha em volta e vê tudo destruído , assustada afasta-se de volta para dentro da sala , até que ouve os gritos de alguém a pedir por socorro. Ela corre em direção aos gritos , passando por cima de destroços , fios elétricos e os pedaços de teto a cair. Pára no meio do corredor e guiasse pelos gritos que estavam cada vez mais baixos e fracos. Quando chega á fonte dos gritos vê Camila com metade do corpo esmagado por uma máquina , a bata rasgada e queimada e a cara com arranhões.
-CAMILA!
Cloe corre até ela tentando libertá-la , mas nada resulta , o corpo de ma adolescente de 15 anos não tem força para levantar algo não pesado.
-Não vale a pena , Cloe! Sai daqui!
-Não te vou deixar! Não te posso deixar!
-Eu também não… Mas tenho de garantir a tua sobrevivência a qualquer custo mesmo que isso me custe a própria vida eu tenho de te proteger.
-E eu a ti! 
Cloe continua desesperadamente a tentar com toda a força levantar , nem que seja por um milímetro apenas , a máquina.
-Cloe… Cloe. –chama Camila -Sai daqui.
-Não! Primeiro tenho de te libertar para fugirmos e irmos buscar o Leo!
Camila olha para Cloe com tristeza.
-Cloe… olha para mim. Tu és a razão por eu trabalhar todos os dias…
-Por favor , não… -pede Cloe desesperada sabendo já o que se virá 
-Tu és a razão por eu estar VIVA todos os dias. Tu já me salvastes. E agradeço-te tanto por isso , mas agora eu quero-te retribuir isso tudo. Eu quero que tu saias daqui , que te salves e vivas a vida que eu não te dei.
-Eu só quero viver se fôr para tu estares lá também.
Camila sorri e dá-lhe a mão.
-E estarei. Estarei sempre. Eu prometi que cuidaria de ti , que te protegeria que te criaria com todo o amor e carinho que tivesse. Mas no final não consegui fazê-lo da maneira que devia ter sido. E eu peço-te tanta desculpa por isso que nem imaginas o quanto me arrependo por teres chegado aqui. Eu só te peço uma coisa , Cloe , sai daqui , pega no ovo e corre para muito longe. Ter-te a salvo é a única coisa que quero neste mundo inteiro. Por isso vai. E salva-te.
-Camila…
Cloe olha para ela com lágrimas nos olhos. Pareciam pequenas pérolas no mar a escorrerem em forma de cascatas. Camila sorri ao vê-la.
-Tu tens os olhos dela… E a sua coragem também , e com isso sei que consegues enfrentar isto. Por isso vai! Salva-te! Corre!
Cloe sai da sala das máquinas a correr o mais rápido que pode. Camila sorri com lágrimas a escorrerem-lhe pelo rosto até ser totalmente esmagada e engolida pelas chama. 
Ao ouvir o estrondo Cloe corre cada vez mais rápido passando por cima de corpos de outras pessoas que lá trabalhavam. Chega até à sala onde estava o ovo e tenta abrir a cápsula , mas nada funcionava. Correu até ele e começou a bater no vidro para ele se partir , ao ver que isso não funcionaria pegou num dos computadores e bateu no vidro com a maior força possível , até que finalmente se partiu libertando o líquido que nele estava e o ovo. Cloe pega nele com cuidado e vai até à porta que é tapada por destroços e fogo. Ao olhar em volta e ver que não tem saída Cloe entra em pânico e corre até ao vidro. Mesmo batendo nele com as próprias mãos e outros objetos o vidro não cede. Cloe perde as forças e encosta-se ao vidro. Mas tudo começa a se inclinar fazendo com que todos os objetos da sala vão contra o vidro. Cloe vê que com a pressão feita pelos objetos o vidro começa a estalar e começa a bater nele para escapar. Nos últimos segundos antes da estação inteira ir a baixo o vidro parte-se e Cloe salta para fora dali. Corre o mais rápido que pode com o ovo entre os braços , para fugir do impacto. 
A torre cai fazendo uma enorme força empurrar Cloe para longe dali. 
Cloe acorda depois de um tempo da explosão com o ovo nos braços , ao se pôr de joelhos consegue ver a estação completamente destruída e ao pensar nas últimas palavras de Camila , chora. Solta o ovo que fica preso no seu colo e coloca as mãos na sua cara. As lágrimas caem no solo arenoso e Cloe encolhe-se para chorar cada vez mais a sua perda.


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